O Salmo 127.4 diz
que "os filhos são como flechas na mão do guerreiro". Certo escritor fez
semelhante comparação, dizendo que os pais são "os arcos, por meio dos quais os
filhos, quais flechas vivas, são projetados".
Para
interpretarmos bem esta metáfora é bom lembrar que a flecha é algo que se
arremessa com firmeza e determinação, numa postura adequada, buscando um alvo
determinado. A flecha dá a idéia de algo que sai em busca do alvo, num vôo
certeiro que não tem volta.
Assim,
compreendemos que nosso papel como pais é educar os filhos, no temor do Senhor,
para as realizações da vida. Se faltar esta compreensão, criaremos nossos filhos
como "bumerangues". O bumerangue é uma arma de caça - mais tarde substituída
pela flecha - criados pelos primitivos aborígenes australianos. É feito de
madeira em forma de meia lua. Quando o alvo não é atingido o bumerangue o
bumerangue retorna às mãos do atirador, poupando-lhe assim a construção de uma
nova arma.
Pais que não
observam os preceitos da Palavra de Deus para a criação dos filhos correm o
risco de transformar seus filhos em "bumerangues", à medida que não os preparam
para acertar os alvos da vida. Assim, depois de adultos eles voltam para as suas
mãos, cheios de insucessos, entre eles o despreparo profissional, o casamento
desfeito, a falta de adaptação social, ou, nos casos mais extremos, a
dependência de álcool ou outras drogas.
Mas o que fazer
para que nossos filhos sejam "flechas" e não "bumerangues"? É difícil responder
em em tão poucas linhas, pois um livro inteiro não encerraria o assunto. Há
papéis específicos do pai, que não pode ser desempenhado pela mãe, e vice versa,
assim como há medidas a serem tomadas por ambos, algumas em interação com os
filho. Uma providência está em Provérbios 22.6: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,
ainda quando for velho, não se desviará dele".
Filhos de família
disfuncional (que não cumpre de forma regular suas funções) terão menores
possibilidades de sucesso na vida. Uma das principais causas da disfunção
familiar são os problemas espirituais associados aos emocionais. Quando os pais
não conseguem se livrar de traumas da infância e não conhecem Jesus para levar a
Ele suas enfermidades emocionais, projetam nos filhos as neuroses decorrentes
destes traumas, afetando-os emocionalmente. Pais ausentes também geram filhos
"bumerangues". Não me refiro a pais que não moram em casa.. Trata-se da ausência
de quem está presente. Esta ausência é mais grave por estabelecer uma relação
enganosa, onde se pensa que tudo está bem e nada é feito para a
mudança.
Os modelos de
"presença ausente" são muitos:
Pais
permissivos - não falam "não" para os filhos para evitar
magoá-los.
Pais repressivos - tolhem
as ações, desfazem planos e apagam sonhos dos filhos, pois não vêem neles nenhum
potencial para a vida.
Pais
sinestésicos - talvez por serem criados sem abraços, evitam abraçar os filhos.
Pais antiauditivos - têm ouvidos para tudo e todos,
menos para os filhos.
Pais
antidialogais - não mantêm diálogo algum com os filhos, pois não crêem que
tenham alguma coisa a dizer.
Pais
que dão maus exemplo - são do tipo "faz o que eu mando mas não faz o que eu
faço".
É muito bom ter os filhos ao
nosso redor, mesmo depois de adultos. É saudável o vinculo familiar com eles e
seus filhos. Entretanto, isso é diferente da relação de dependência que tinham
conosco quando eram bebês, crianças ou adolescentes. Filhos são "flechas", não
são "bumerangues".Se observarmos os
preceitos da Palavra de Deus na criação dos filhos desfrutaremos da promessa de
Jeremias 50.9b:
"As suas flechas serão como de destro guerreiro, nenhuma tornará
sem efeito".